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“Interação com os profissionais ajuda estudantes a ganhar experiência”


- José Muchanga, atleta e estudante da ESCIDE

JoseMuchangaJosé Abílio do Rosário Muchanga, Presidente do Núcleo dos Estudantes da ESCIDE, é estudante do curso de Licenciatura em Ciências de Desporto e atleta da modalidade Pólo Aquático, no Clube Tubarões de Maputo.
O Jovem estudante, que conta com mais de 50 medalhas atribuídas em torneios nacionais de natação, tem organizado, na universidade, palestras e eventos desportivos que permitem um contacto directo e partilha de experiência entre estudantes, profissionais de desporto e atletas de renome nacional e mundial.

Porquê decidiu frequentar Licenciatura em Ciências de Desporto?
A minha primeira opção era Administração Pública. Concorri e não consegui admitir. No ano seguinte, decidi concorrer para Ciências de Desportos e consegui. Escolhi este curso porque, como atleta, me identifiquei. Estou aqui, já a terminar, e sinto-me bem.

Há quem defende que, em Moçambique, é difícil viver de desporto, o que espera após a formação?
Não é difícil viver de desporto, porque é uma área em que em qualquer ponto e circunstância a pessoa pode actuar. Nas ruas, vemos pessoas a praticarem exercícios físicos com muitas dificuldades e, para cada exercício, há um modelo a ser usado, uma forma em que o mesmo deve ser praticado e eu como profissional de educação física e desporto posso orientar as pessoas. Portanto, para a minha área de formação, o estudante é capaz de criar o seu autoemprego.

O que motivou a sua candidatura à presidência do núcleo dos estudantes?
Primeiramente, não pretendia me candidatar, até porque eu nem sabia da existência de um órgão que representava os estudantes na Faculdade, mas o presidente que cessou funções, José Mazive, lançou a proposta e falou-me dos procedimentos que devia cumprir. Foi assim que acabei submetendo a minha candidatura. E ganhei.

Disse que quando veio a proposta para submeter candidatura não conhecia e nem sabia da existência desse órgão de estudante e, hoje, sente que os estudantes da sua Escola sabem da existência do Núcleo?
Sim, porque sempre procuro mostrar a cara, tenho passado pelas turmas e me apresentar como presidente, partilho os meus contactos, procuro ser acessível com todos os estudantes. Procuro sempre auscultar as preocupações dos estudantes.

Que projectos apresentou na sua candidatura?
Como ponto forte, apresentei projectos relacionados com debates com especialistas da nossa área de formação, porque essa era uma vertente pouco explorada na minha faculdade. Entendia a importância de interação com os profissionais, para ganhar experiência e perceber os contornos da nossa profissão, mesmo ainda em formação. É importante porque prepara os estudantes para melhor estarem preparados quando entrarem no mercado de emprego.

Está a conseguir materializar os seus planos?
Sim. Até ao momento, já realizarmos vários debates académicos, envolvendo docentes da nossa Escola e, num desses eventos, convidaram o Chiquinho Conde (seleccionador nacional de futebol) e Faruque Ismael (selecionador nacional de futsal). Outras acções levadas acabo pelo Núcleo de Estudantes foi um evento conjunto realizado ano passado com o Núcleo dos Estudantes da FAEF, onde fizemos uma acção de limpeza e o mesmo evento serviu também para a troca de experiência entre estudantes e profissionais de desporto. E, este ano, em colaboração com a Associação dos Estudantes Naturais da Zambézia, mobilizamos doação de bens não perecíveis para apoiar as vítimas das inundações. Criamos, também, uma página do Núcleo no Facebook e um Boletim Informativo que tem como principal objectivo acompanhar os atletas/estudantes universitários, que representam clubes e a selecção nacional, com vista a partilhar as suas conquistas e promover a imagem desta unidade orgânica que se destaca na formação de cientistas de desporto.

Do tempo que já tem como Presidente do núcleo, apresente-nos uma vantagem e uma desvantagem do seu cargo.
Vantagem é a oportunidade que temos de interagir com várias individualidades da nossa área de formação e, desvantagem, é a falta de participação activa dos estudantes aos eventos que temos estado a desenvolver, mas estamos a trabalhar para ultrapassar esse desafio.

Quais são os principais desafios, fora a pouca participação aos vossos eventos?
Outro grande desafio é a falta de recursos materiais e financeiros para desenvolver as nossas actividades e, muitas das vezes, temos que recorrer a fundos próprios para custear algumas despesas.

Para além de ser estudante, Presidente do núcleo, é também atleta de pólo aquático. Fala-nos um pouco desse seu outro lado.
Como atleta, pratiquei a natação pura por 10 anos, tendo feito parte do clube Golfinhos de Maputo e, mais tarde passei para o clube Ferroviário de Maputo, onde me tornei atleta Federado. Em 2017, passei para o clube Tubarões de Maputo e foi nesse clube onde deixei de praticar a Natação pura e decidi fazer a transição para pólo aquático, tendo participado, no ano de 2022, no campeonato internacional, pela primeira vez.

O que se pode esperar de si após a formação?
Estou focado em trabalhar em prol do desenvolvimento do desporto no nosso país. Para tal preciso de estar bem preparado, sendo por isso que depois da licenciatura pretendo dar continuidade nos níveis de pós-graduação, como forma de me munir de conhecimentos que considero importantes para contribuir, da melhor forma, para o desenvolvimento do desporto.

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