
Biotecnologia é chave para a soberania tecnológica de Moçambique
defende académico
A Biotecnologia pode ser a resposta para que Moçambique alcance a soberania tecnológica e reduza a dependência de importações em sectores estratégicos como saúde e agricultura. A convicção é do Director do Centro Nacional de Biotecnologia, Prof. Doutor Valter Nuaíla, que destacou a necessidade urgente de investir na área para garantir produção interna de vacinas, sementes e outros bens essenciais, reduzindo custos e libertando recursos para impulsionar o desenvolvimento económico.
Falando durante a XIII Conferência Científica da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), no painel “Biotecnologia em Moçambique: Desafios e Perspectivas”, Nuaíla afirmou que o país já dispõe de recursos humanos qualificados, mas que o sector carece de infra-estruturas, financiamento e um quadro jurídico robusto.
Para o académico, a biotecnologia é mais do que ciência: é um motor para a independência económica, capaz de transformar ideias em negócios lucrativos, promover o empreendedorismo juvenil, reforçar a inovação e investigação, e oferecer soluções às grandes crises globais, como as mudanças climáticas.
Para Nuaíla, com a produção própria de vacinas, álcool gel, luvas e sementes, Moçambique não só reduzirá gastos com importações, como também criará empregos, gerará conhecimento e fortalecerá a economia nacional.
Apesar dos desafios – desde a retenção de talentos até à criação de empresas de base tecnológica – o académico vê sinais encorajadores: a aprovação da Política Nacional de Biotecnologia (Decreto n.° 39/2024), o aumento da oferta formativa e o crescente interesse em soluções tecnológicas para melhorar a produtividade.
Olhando para o futuro, Nuaíla apontou prioridades: actualizar o estado da arte da Biotecnologia em Moçambique, elaborar uma Estratégia Nacional e Plano de Acção, intensificar actividades de disseminação científica e criar programas de formação técnico-profissional.