Universidade Eduardo Mondlane

Search
Logo-UEM-A3-01

UEM termina o ano com mais de 1700 graduados

Presidente da República defende maior ligação com sector produtivo

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) fecha o ano 2025 com números estrondosos. No total, a principal universidade pública de Moçambique graduou, neste ano, 1789 quadros​, um número que reflecte o alcance nacional e a capacidade de resposta da instituição às demandas do país.

Dos 1789 formados, 1.685 são licenciados, 96 mestres e 8 Doutores, cifras que demonstram o compromisso da UEM com a qualidade e a especialização do ensino superior.

A cerimónia de encerramento das graduações do ano académico, realizada esta Quarta-feira, em Maputo, contou com a presença do Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, que conferiu graus a 905 estudantes​ – 837 licenciados, 64 mestres e 4 doutores​ –, marcando o ponto mais alto de um ciclo que incluiu ainda graduações em Vilankulo (124 licenciados), Inhambane (70 licenciados), no Chibuto (103 licenciados), Quelimane (103), além de uma primeira sessão em Maputo, em Maio, com 482 graduados.

Do total de graduados em 2025, 56% são mulheres, o equivalente a aproximadamente 1.010 quadros​, um dado que ganha especial relevância em áreas tradicionalmente masculinas, como as ciências agrárias e engenharias.

A estratégia de descentralização da UEM ficou evidente com a realização de cerimónias em três províncias, tendo a sessão de Vilankulo registado que 39% dos formados eram naturais de Inhambane, reforçando a aposta no capital humano local.

Presidente apela à universidade proactiva

Perante académicos, estudantes e familiares, o Chefe de Estado sublinhou o papel estratégico da UEM: A universidade é o lugar onde se pensa o país, onde se desenham soluções e se alimenta a esperança colectiva.

Chapo encorajou a UEM a aprofundar a ligação com o sector produtivo, citando fábricas, campos agrícolas e startups como espaços de convergência necessários. “A universidade não pode estar distante das fábricas, dos laboratórios, dos campos agrícolas, das startups e das comunidades. Precisamos de currículos modernos e parcerias que liguem a academia ao sector produtivo. Por isso, queremos endereçar os nossos parabéns aos quatro Doutores que, com a sua investigação, enriquecem Moçambique”, disse.

O Presidente garantiu o contínuo apoio do Governo ao fortalecimento da investigação científica, modernização de infra-estruturas e valorização dos docentes, defendendo que nenhum talento moçambicano deve ficar sem oportunidade de aprender. “Queremos ver nascer, em Moçambique, uma sociedade do conhecimento, onde a educação, a ciência e a tecnologia sejam instrumentos da prosperidade colectiva do povo moçambicano”, asseverou.

O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, destacou os frutos do processo de reforma institucional em curso há sete anos. Explicou que, como mostra dos resultados alcançados, a Conferência Científica deste ano foi, sem sombra de dúvidas, uma montra recheada de saber e criatividade, inovação e ciência. “Se a compararmos com a Conferência de 2023, o número total de resumos submetidos aumentou de 631 para 802, representando um crescimento global de 27,1%, com cerca de 1.400 participantes, afirmou, acrescentando que a universidade tem registado melhorias consistentes nos rankings internacionais e no volume de publicações científicas.

Guilherme Júnior enfatizou ainda o compromisso de constituir solução para os desafios do país, com enfoque nas comunidades mais recônditas. “Manifesto o nosso compromisso em continuar a constituir solução para os desafios mundiais contemporâneos e, de modo particular, para continuarmos a constituir solução para o desenvolvimento do nosso país, e com enfoque para as comunidades mais recônditas”, rematou.

​Alinhando-se com as orientações presidenciais, a UEM deverá focar-se na actualização curricular, na incorporação de inovações como a Inteligência Artificial e na participação no Diálogo Nacional Inclusivo, “um processo abrangente, que discute desde a revisão da Constituição até às reformas destinadas a melhorar a nossa governação, fortalecer as instituições públicas e privadas e consolidar a unidade nacional. A UEM pode, querendo, submeter as suas contribuições”, sublinhou o Presidente, num repto igualmente lançado aos graduados.

Em nome dos graduados, Evlizy Alfândega comprometeu-se a gerar mudanças que impactem a sociedade: “Somos chamados a enfrentar novos desafios, seja no local de trabalho, na sociedade que nos espera ou nos sonhos ainda por concretizar. Devemos gerar impacto e mudanças reais com acções que beneficiam o próximo e que transformam vidas”, sublinhou.

Por outro lado, o paraninfo, Doutor Adelino Muchanga, apelou à contínua investigação e ao planeamento de carreira por parte dos novos profissionais. “Na vida pessoal e profissional, a planificação joga um papel fundamental, fixar metas, prever contingências e definir o plano de desenvolvimento pessoal”.