Universidade Eduardo Mondlane

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Três meses para mudar o futuro da maior Universidade do país

REFORMA INSTITUCIONAL

A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) está a entrar na fase decisiva da sua maior transformação em décadas. Num anúncio que marca um ponto de viragem histórico, o Reitor Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior estabeleceu, esta Sexta-feira, na Província de Maputo, prazos vinculativos e medidas concretas para operacionalizar a transição para uma Universidade de Investigação, durante o encerramento do Conselho de Directores Alargado (CDA) 2025.

A directiva mais impactante vem com calendário definido: o Gabinete Jurídico da UEM tem exactamente 90 dias​ para apresentar a proposta de revisão dos Estatutos da Universidade, que incluirá uma mudança estrutural na governação – a implementação de mandatos de quatro anos​ para directores de faculdades, escolas e centros.

“Já avançamos com as nossas discussões, nesta sala, e o Gabinete Jurídico tem o prazo máximo de três meses para submeter a proposta revista dos Estatutos da UEM”, declarou o Reitor, perante uma plateia de decisores académicos. Esta medida, há muito reivindicada, visa garantir estabilidade às equipas de gestão e permitir a execução consistente de projectos de longo prazo.

A visão apresentada vai além da dimensão académica. Pela primeira vez, a Reitoria defende, explicitamente, que a reforma do ensino e investigação deve ser acompanhada por uma reestruturação administrativa profunda, destinada a dotar a UEM de instrumentos ágeis para a busca de créditos e a satisfação das prioridades da Instituição.

Numa instrução clara às unidades orgânicas, Guilherme Júnior exigiu a criação imediata de regulamentos-tipo próprios, a serem elaborados com o máximo de urgência possível. O objectivo é desburocratizar processos e uniformizar práticas em toda a instituição.

Num dos momentos mais significativos do seu discurso, o Reitor fez uma declaração de princípios que redefine o posicionamento estratégico da UEM em relação às escolas: “uma instituição desta natureza não se compadece com um número elevado de estudantes”.

Esta afirmação sinaliza uma opção clara pelo modelo politécnico de qualidade nas escolas, privilegiando a excelência sobre a massificação, e reflecte a ambição de formar profissionais altamente qualificados e competitivos num mercado de trabalho em rápida transformação.

Sete anos após o início do processo, a reforma entra agora na fase de execução prática. Os consensos alcançados no CDA-2025 serão submetidos aos órgãos colegiais para deliberação final, num processo que o Reitor descreveu como irreversível: “Vamos dar alguns passos para a frente e, certamente, terremos a oportunidade de corrigir eventuais erros”.