
Almeida Sitoe olha para a UEM como potência em ascensão na investigação
O Professor Doutor Almeida Sitoe destacou a trajectória da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), ao longo dos últimos 50 anos, realçando a sua resiliência, adaptabilidade e profundo compromisso com o progresso nacional. De instituição colonial a universidade nacional e, agora, a uma “potência em ascensão na investigação”, a UEM tem desempenhado um papel central no desenvolvimento de Moçambique.
Sitoe falava esta Terça-feira, em Maputo, na abertura oficial da XIII Conferência Científica da UEM, que decorre sob o lema “50 anos da Independência de Moçambique: A UEM na ciência, tecnologia e inovação em prol do desenvolvimento”. Para o académico, a evolução da universidade tem fortalecido a estratégia nacional, ao estabelecer parcerias estratégicas, disponibilizar capital humano qualificado e orientar a investigação para os desafios mais prementes do país.
Para o orador principal, o futuro da UEM não se resume em aumentar o número de publicações ou expandir a sua infraestrutura física. Trata-se de gerar conhecimento que transforma a sociedade, desenvolve talentos, impulsiona a inovação e garante um legado com serviços que continuem a moldar Moçambique.
O académico sublinhou ainda que a UEM deve se consolidar como Universidade de Investigação, não apenas liderando em Moçambique, mas também se afirmando como exemplo de excelência académica e motor de desenvolvimento regional e continental.
O orador apontou os cinco principais desafios que deverão nortear a instituição, entre os quais, o fortalecimento do capital humano e da formação em investigação com a conciliação do reforço da formação local nos níveis de mestrado e doutoramento. Trata-se de uma medida que visa assegurar a renovação da massa crítica de docentes e investigadores, promovendo uma cultura em que a investigação seja a base do ensino e aprendizagem.
O reforço dos mecanismos de financiamento e desenvolvimento de infraestrututuras com a melhoria da capacidade de mobilização de recursos nacionais e externos, bem como o investimento na modernização da infraestrutura e na valorização dos investigadores; o fomento da interdisciplinaridade e colaboração de parcerias estratégicas, uma abordagem essencial para ampliar recursos e explorar novas oportunidades e consolidar a excelência académica e científica da UEM.
Aponta, igualmente, o alinhamento da investigação com as prioridades nacionais, mantendo o compromisso de vincular estreitamente as linhas de investigação às necessidades de desenvolvimento do país.
Por último, defende o aprimoramento da governação e garantia de qualidade com o fortalecimento de sistemas internos de avaliação e controle de qualidade académica e institucional.
Por sua vez, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, destacou que o lema da conferência evoca o legado que a universidade construiu em meio século, contribuindo para a emancipação intelectual, científica e social de Moçambique.
Segundo o dirigente, ao longo dos 50 anos da independência, a UEM tem dado contributos inestimáveis através do ensino, da investigação, da extensão e da inovação, impactando diretamente o desenvolvimento das comunidades.
“A XIII Conferência Científica testemunha este facto se considerarmos a diversidade e o elevado número de trabalhos científicos que serão apresentados, assim como a elevada capacidade da instituição de organizar”, sublinhou.
Em representação do Ministério da Educação e Cultura, Raquel Matavel Chissumba reconheceu o papel da UEM na formação de quadros que contribuem para diversos sectores da economia, bem como nas publicações em revistas científicas internacionais, que elevam a projeção do país no cenário científico global. Segundo disse, estes resultados reforçam o impacto da universidade no desenvolvimento socio-económico de Moçambique e no avanço da ciência e tecnologia.
A abertura da XIII Conferência Científica contou com a presença da comunidade universitária, representantes do Governo e da sociedade civil, testemunhando a relevância do evento no calendário académico e científico nacional.