
Investigadores da FACED apontam caminhos para um futuro sustentável
O mundo lança, anualmente, cerca de 10 milhões de toneladas de plástico nos oceanos. Uma quantidade assustadora que, segundo especialistas, pode duplicar nos próximos 15 anos. A este ritmo, não é exagero afirmar que estamos a afogar o planeta em plástico.
Por ocasião do Dia Mundial do Ambiente, celebrado a 5 de Junho, investigadores da Faculdade de Educação (FACED), da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), aproveitaram a data para lançar um alerta com base em dados concretos e soluções práticas.
Para o Prof. Doutor Elias Manjate, docente da FACED e Director Pedagógico da UEM, o cenário é preocupante, mas não irreversível, pois “é preciso valorar os resíduos e considerar outros princípios. É preciso repensar em vários modelos que eliminam alguns tipos de plástico de uso único”, afirmou.
Manjate explicou que existem duas abordagens centrais no combate à poluição: a dos 2Rs – reutilizar e reciclar – e a dos 4Rs, que acrescenta os verbos reduzir, recusar, reparar e repensar.
“A gestão inteligente do meio ambiente traz benefícios e procura sempre que possível trazer uma colecta selectiva do material reciclável e não reciclável em todos lugares”, acrescentou.
Para além de mudanças no comportamento individual e institucional, os investigadores defendem um investimento estratégico na educação ambiental, para que a consciência ecológica se enraíze nas escolas, nas comunidades e nas políticas públicas.
O Prof. Doutor Augusto Guambe, Director-adjunto para a investigação na FACED, sublinhou que a crise do plástico é um problema global que exige acção local, com envolvimento de todos os sectores. “Um marco importante para o fortalecimento da ligação entre a academia e a comunidade, com o objectivo de conceber soluções inovadoras e sustentáveis”, declarou.
Guambe defendeu ainda o uso de materiais biodegradáveis, a melhoria na gestão de resíduos e o desenvolvimento de tecnologias avançadas de reciclagem, como elementos-chave de um futuro ambientalmente equilibrado.
Mais do que uma celebração, o Dia Mundial do Ambiente foi, na FACED, uma oportunidade para transformar dados em debate e reflexão em acção. Porque, como lembram os investigadores, o problema do plástico começa com as nossas escolhas — e a solução também.