ECA lança Cineclube Chico Carneiro
A Escola de Comunicação e Artes (ECA) passa a dispor, desde Terça-feira (24/09), de um espaço para a promoção da cultura cinematográfica e do pensamento crítico no seio da comunidade académica.
Trata-se do Cineclube Chico Carneiro, uma iniciativa que nasce de uma doação de mais de 100 filmes feita pelo renomado cineasta e fotógrafo brasileiro Chico Carneiro. O acervo inclui uma rica colecção de filmes de alto valor artístico e histórico, fortalecendo as oportunidades de formação e desenvolvimento de novos cineastas moçambicanos.
O Cineclube Chico Carneiro promete ser um ponto de encontro para o diálogo contínuo sobre o cinema e as questões contemporâneas, com exibições regulares de filmes que contribuirão para a construção de uma consciência crítica entre os estudantes e a comunidade em geral.
O patrono do projecto, Chico Carneiro, realçou a importância do Cineclube como “a única forma de formar cineastas e promover o cinema”. Com essa doação e o lançamento do projecto, o cineasta espera contribuir para o fortalecimento da educação audiovisual no país e fomentar uma nova geração de realizadores.
Para o Doutor Fulgêncio Muchisse, Director-Adjunto para Investigação e Extensão da ECA, o Cineclube é um catalisador para o fortalecimento das artes audiovisuais na academia e como um espaço onde os estudantes poderão expandir seus horizontes criativos. Adiante, enfatizou o compromisso da ECA em promover a cultura cinematográfica, não só nas suas instalações, mas também com o intuito de expandir esta iniciativa para áreas rurais de Moçambique.
Presente no evento, a actriz moçambicana Ana Magaia, fez uma apresentação sobre a vida e obra de Chico Carneiro, destacando a sua trajectória de dedicação ao cinema, tanto no Brasil quanto em Moçambique. Ressaltou a relevância do legado deixado por Chico Carneiro e a sua contribuição para a evolução do cinema moçambicano ao longo de décadas.
O ponto alto do evento foi a exibição do documentário “Quitupo, Hoyé!”, uma co-produção de Chico Carneiro e Rogério Manjate. O filme retrata a descoberta de uma gigantesca reserva de gás natural na Bacia do Rio Rovuma, no norte de Moçambique, e as consequências dessa descoberta para as 12 aldeias da Península de Afungi, no Distrito de Palma, que enfrentam o reassentamento devido à construção de uma fábrica de processamento de gás. O documentário despertou intensos debates entre os presentes, abordando as questões sociais e políticas que envolvem o desenvolvimento de grandes projectos económicos e os impactos nas comunidades locais.
A ECA continua aberta a novas parcerias e apoios para expandir esta iniciativa para todo o país, oferecendo uma plataforma sólida para a criação e o desenvolvimento das artes audiovisuais em Moçambique.