Mulheres encorajadas a vencer o medo e o preconceito
O principal painel da Mesa Redonda sobre a “Participação da Mulher nos Órgãos Colegiais e de Gestão na UEM – Oportunidades e Desafios”, havida nesta Terça-feira, defendeu a necessidade de as mulheres que já estejam em posições de topo na Universidade encorajarem as outras a vencerem o preconceito, o medo e a serem mais interventivas com contribuições nas respectivas unidades. Entretanto, a promoção das mulheres às posições de gestão de topo deve ser com base na competência de gestão e do conhecimento que tem sobre a Universidade.
A Prof.ª Doutora Nilsa Xerinda, Directora do Centro de Ensino a Distância da UEM, reconhece que o encorajamento entre as mulheres tem faltado. “Na maior parte das vezes, o inimigo da mulher é própria mulher. Cada mulher tem os seus desafios, mas temos que nos ouvir umas as outras”, disse.
Segundo Xerinda, as mulheres que estão em posições de chefia podem ajudar no crescimento das outras, quando assumem as suas responsabilidades profissionais com seriedade, dando o seu máximo, de forma a não abrir espaço para comentários desabonatórios contra as mulheres.
Por sua vez, a Prof.ª. Doutora Dácia Correia, Directora dos Serviços Sociais da UEM, explicou que, para o crescimento profissional da mulher, ela deve mostrar com actos, desbravar e desconstruir paradigmas, mas sem descriminar homens nem mulheres, “mostrando que nós mulheres também podemos assumir a gestão, ser genuína nas interacções e dar espaço a homens e mulheres”.
Correia recorreu, como exemplo, o tipo de gestão que exercita à frente dos destinos dos Serviços Sociais da UEM onde, durante os conselhos de direcção alargado, convida as mulheres que são chefes das secções e repartições a usarem da palavra, encorajando-as nesse sentido. “Puxo por elas para que falem e isso ajuda a mulher a se superar e a vencer o medo. Contudo, realça a necessidade de educar o homem a partilhar com a mulher a responsabilidade doméstica ou profissional.
Por seu turno, a Prof.ª Doutora Julieta Langa, que já exerceu vários cargos de gestão universitária e não só, lembrou às mulheres mais experimentadas que elas têm a responsabilidade de influenciar, para o crescimento das outras, aproveitando o papel que desempenham na família e na comunidade.
As oradoras falavam durante a Mesa Redonda promovida esta Terça-feira pelo Centro de Coordenação dos Assuntos do Género (CeCAGe), enquadrada no conjunto de acções que visam a igualdade de género na UEM.
Na abertura do evento, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, reconheceu que a proporção de homens e mulheres nos cargos de liderança e gestão são díspares. Fez saber que, de um universo de 318 docentes que ocupam estas posições, apenas 91 são mulheres, correspondendo a 28,6%. Em relação ao CTA, dos 225 funcionários que ocupam cargos de direcção e chefia, apenas 94 são mulheres, correspondendo a 41,8%.
“Segundo o compromisso que a UEM tem publicamente assumido no sentido de tudo fazer para combater as desigualdades de género dentro da instituição, devemos reconhecer que, infelizmente, correspondem ao padrão social da nossa sociedade”, frisou.
Para reverter o actual cenário, o Reitor aponta à Estratégia de Género da UEM 2020-2030, que, dentre várias intervenções, preconiza o aumento do número de mulheres nos cargos de gestão e nos órgãos colegiais.
O evento tinha como objectivo principal sensibilizar as mulheres da UEM a candidatarem-se aos cargos de direcção e chefia e aos órgãos colegiais da instituição.